EXPOSIÇÃO . FERNANDO ZARIF
FERNANDO ZARIF
Curadoria: Equipe IFF e Instituto Fernando Zarif
Período: 24 de março a 25 de abril de 2015
Livre para todos os públicos
A erudição era um dos traços mais marcantes de Fernando Zarif, lembrado por todos os artistas plásticos, jornalistas, músicos, cenógrafos, atores, cineastas, dramaturgos e designers que com ele conviveram. A trajetória intelectual do artista, no entanto, não seguiu o convencional. O ensino tradicional foi abandonado quando ele concluiu o ensino médio no colégio paulistano Dante Alighieri. Deu início ao curso superior de Arquitetura, mas não levou adiante. Preferia o estudo informal, com cursos livres e aulas particulares. Estão entre seus professores o poeta Décio Pignatari e o músico Hans-Joachim Koellreutter. Construiu, ao londo da vida, um sistema próprio de reflexão e estudo sobre os temas que mais lhe interessavam: as artes, as religiões e os mitos antigos.

Aos dois anos e meio, começou a desenhar. Aos oito, Pietro Maria Bardi comentou durante uma visita que a criança tinha um "grafismo extraordinário". Convivia muito com o avô materno, o poeta libanês Chafic Maluf, de quem ouvia histórias da mitologia do país de origem. A livraria da mãe, May Zarif, foi, durante anos, uma porta de acesso aos inúmeros livros que compõe sua biblioteca.

Desde cedo, foi apresentado aos grandes museus, às óperas e aos espetáculos internacionais de dança. Viveu sempre em São Paulo, mas gostava de viajar regularmente para Nova York, Paris e Veneza. Conheceu o Japão e a China. Também foi ao Líbano, onde se encantou com a luz do local, as ruínas, os fenícios. A fazenda da família, em Botucatu, interior de São Paulo, foi um lugar importante não apenas na infância, mas até a vida adulta, onde ele se refugiava para produzir.

Conhecia os grandes clássicos da filosofia ocidental e chegou a estudar grego. Mas lia também, com o maior interesse, o que podia de filosofia oriental. Interessava-lhe sobretudo, o estudo das religiões, dos oráculos, do sagrado. O gosto pelos clássicos e pelo transcendental, no entanto, não o impedia de admirar o cinema de Woody Allen nem de gostar de jazz - Cole Porter era seu favorito. A cultura pop e as referências clássicas estavam presentes em seu dia a dia e também nas suas obras.

Richard Wagner era, de longe, seu artista favorito. Talvez tal predileção diga respeito a certa afinidade de Zarif com a ideia de obra de arte total, tematizada pelo compositor alemão. A atuação de Zarif envolve as artes plásticas, o teatro, a música, a videoarte, a literatura... Embora não gostasse do termo multimídia, é preciso dizer que seu trabalho acontece na convergência entre diversos meios e diciplinas. Ele desenhava, fotografava e, mas tarde, começou a fazer objetos. Ao mesmo tempo, gostava de música e tocava tabla e violão. Compôs canções pop e produziu entre outras peças gráficas, as caps dos discos da banda de rock nacional Titãs "Titanomaquia", 1993 (álbum cujo nome foi dado por Zarif) e "Tudo ao mesmo tempo agora", 1991. Criou cenários para peças de teatro. Fez ilustrações para a coluna da jornalista Barbara Gancia no jornal Folha de São Paulo no início dos anos 2000. Sua atuação foi ampla e variada.

Thais Rivitti
Rua Maestro Ignácio Stábile, 200 | Alto da Boa Vista | Ribeirão Preto | SP | Brasil
Terça a Sábado, das 14h às 18h | Entrada Gratuita
+55 16 3623 2261 | +55 16 3623 2262
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